Cordão Prateado
Estou saindo do meu corpo preso a um cordão umbilical prateado, sinto-me numa paz sem par, estou subindo em direção ao firmamento,
precisamente em direção à Lua que está cada vez mais aumentando o seu tamanho,
na minha frente surge uma estação espacial, vejo dois homens do lado de fora devidamente protegidos por trajes pressurizados para se manterem vivos e cumprirem suas tarefas adequadamente,
me aproximo deles, e eles não me veem, sigo adiante deixando a base já bem longe,
agora, estou me aproximando do solo lunar, são inúmeras crateras, umas enormes, outras pequenas, a minha alunissagem é perfeita,
olho pro céu e vejo a Terra, toda azul, e assim, sinto-me alegre e ao mesmo tempo triste, é uma sensação inexplicável,
sua quietude cósmica me fascina, parece-me totalmente desprotegida, todo mundo deveria passar por isso para tratá-la melhor.
Mediante a tudo isso, choro copiosamente, enquanto um ímpeto de raiva me invade, sabendo que muita gente dissemina o ódio por qualquer coisa,
gerando guerras e desrespeito à natureza, e, com isto, a humanidade está ficando cada vez mais doente, ceifando a vida de inocentes e desprotegidos.
Deste modo, sinto o cordão me puxando de volta pro meu corpo, e, num passe de mágica, abro os olhos, e no meu celular, são 18:58.
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