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Cordão Prateado

Estou saindo do meu corpo preso a um cordão umbilical prateado, sinto-me numa paz sem par, estou subindo em direção ao firmamento,  precisamente em direção à Lua que está cada vez mais aumentando o seu tamanho,  na minha frente surge uma estação espacial, vejo dois homens do lado de fora devidamente protegidos por trajes pressurizados   para se manterem vivos e cumprirem suas tarefas adequadamente,  me aproximo deles, e eles não me veem, sigo adiante deixando a base já bem longe,  agora, estou me aproximando do solo lunar, são inúmeras crateras, umas enormes, outras pequenas, a minha alunissagem é perfeita,  olho pro céu e vejo a Terra, toda azul, e assim, sinto-me alegre e ao mesmo tempo triste, é uma sensação inexplicável,  sua quietude cósmica me fascina, parece-me totalmente desprotegida, todo mundo deveria passar por isso para tratá-la melhor. Mediante a tudo isso, choro copiosamente, enquanto um ímpeto de raiva me invade, sabendo que muita gente dissemina o ódio por qualquer cois

Torre Do Céu

Uma neblina muito forte me envolve, vultos silenciosos passam por mim, não tenho a menor ideia onde estou, agora ouço crianças gritando e adultos falando, e, em minha direção um corpo masculino começa a se definir, enquanto a névoa se dissipa paulatinamente, mostrando-me que estou numa cidade bastante estranha, e põe estranha nisso. Este corpo que aos poucos se define diante de mim, é de estatura mediana, seus olhos castanhos brilham como nunca vi, e, sem abrir a boca, por telepatia, ele quer saber de onde eu venho, respondo, da Terra, me identifico como um viajante crepuscular, e ele me diz que tem muitos iguais a mim na estranha cidade de céu alaranjado. Como num passe de mágica, estou agora diante de uma enorme torre, que parece furar as nuvens, lá de cima vem o som de uma trombeta, anunciando alguma coisa, e, assim, meu anfitrião me coloca a par do que está acontecendo, ou seja, uma apresentação musical dos anjos. Deste modo, seres alados começam a circular a torre, cada um c

Imaginação

Podem ser coisas da minha imaginação, mas quando estou nas viagens crepusculares, tudo me parece bastante real, com uma forte dose de mediunidade.  A impressão que me passa é a de que a morte não existe no todo, porque tudo está sempre acontecendo, em infinitos mundos, ou seja, num estamos nascendo, noutro estamos morrendo,  todavia, no cômputo geral, nem uma coisa, nem outra. Posso até afirmar que o meu trabalho, aqui, trata-se de uma psicografia, porque médium todos nós somos.  Na verdade, o pensamento é a única nave que nos leva a qualquer parte do universo, dizendo melhor, multiverso, e numa velocidade, inimaginável, superior à da luz.  E assim é o mesmo, quando olhamos pra dentro de nós. Entramos num outro mundo, onde o espírito predomina totalmente a situação,  se desprendendo do nosso cérebro, numa viagem astral, em plena vigília, e mais ainda na fase onírica, quando o portal da glândula pineal está completamente escancarado.  Pois bem, concluindo, se você não acredita no que es

Umbral

  1.   Está tudo muito escuro, não vejo nem a ponta do meu nariz, mas mesmo assim vou andando adiante. 2. Não muito longe, começo a ver luzes bastante foscas, não dando ainda pra perceber o que está à minha volta. 3. Espere, agora braços agitados parecem sair do chão, é por demais assustador. 4. Eles tentam me agarrar, mas não conseguem, porque eu sou um espírito como eles. 5. Diferente dos mundos que visitei nas minhas viagens crepusculares, aqui, eles conseguem me ver, só que ninguém consegue tocar no outro. 6. Deste modo, vou passando entre todos eles, em busca de uma luz mais forte que se aproxima. 7. Três silhuetas de luzes se desenham, ou seja, dois homens e uma mulher, e são também seres de corpo etéreo, como eu. 8. Por telepatia, eles me estão mandando a seguinte mensagem: Companheiro, você não é daqui e, se veio em paz, fique à vontade. 9. Apesar de todo sofrimento ao meu redor, ou seja, gritos alucinantes, gemidos sufocantes e choros latejantes, eu me

Joana

  São 17:30, meus netos estão quicando uma bola, que ganharam do pai, e minha mulher se prepara para levá-los até a rua,  eles gostam de brincar, justamente,  nesta hora em que estou entrando no  momento  crepuscular.  Depois que eles saíram, o apartamento ficou submerso num lago tranquilo, e, quanto a mim, estou entrando numa cidade muito antiga,  pessoas apressadas, falando um inglês arcaico, estão indo em direção à uma praça, cheia de gente em torno de um patíbulo,  onde uma mulher muito jovem, amarrada numa haste, está sendo preparada pra morrer queimada.  Sua armadura de guerra mostra que ela é uma guerreira, não pode ser, tudo indica ser Joana D’Arc, capturada pelos ingleses, julgada e condenada por bruxaria.  Então, agora, os homens estão ateando fogo nos gravetos à sua volta, que silenciosa e altaneira, começa a sofrer o suplício das chamas lambendo e devorando o seu corpo.  Enquanto isso, a multidão grita sem parar, meu Deus, estou presenciando este triste momento.  No cadafal

Vila Rica

AWFMM32/ NÃO EXISTE LIMITE PARA O MOMENTO CREPUSCULAR, ELE DESAFIA ATÉ O TEMPO.   Olá, desta vez, o Momento Crepuscular me levou até a Ouro Preto, do início do século XIX, portanto, vale a pena conferir, mas antes, dê o seu Like, e obrigado! São 17:30, estou sentado na minha poltrona do quarto, olhando pro teto, curtindo a minha hora crepuscular, que está se abrindo de maneira suave, fazendo-me levitar em sua direção, estou muito tranquilo, porque este momento é corriqueiro pra quem está acostumado com ele. Momento este do qual se espera tudo que é bizarro ou não. Pois é, nestes momentos, eu fecho os olhos, e deixo o barco me levar. É inacreditável, estou numa cidade mineira do século 19, precisamente Vila Rica, e suas igrejas me parecem bem mais novas. sei disso porque a parte nova da cidade, ainda não existe, e as pessoas usam roupas de época. Estou na praça principal. Nela, uma leva de escravos acorrentados, cerceados por homens conhecidos como capitães do mato. É tudo muito trist

Júlio

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São 17:34, uma luz, vinda não sei de onde, passa por mim, iluminando fortemente o recinto,  onde estou concentrado,  para entrar no mundo deste momento crepuscular.  T udo à minha volta está girando, e, como num passe de mágica, me vejo num lugar, muito parecido com a Antiga Roma,  pessoas passam por mim, mas não percebem a minha presença, porque estou invisível.  Agora, estou subindo uma enorme escada, que vai a um edifício muito grande, onde está escrito, SENATVS ROMANORVM, ou seja, Senado dos Romanos.  Rapidinho, já estou quase nos últimos degraus, e, como se saíssem do nada, homens vestidos de toga branca, presumo senadores, estão brotando por todos os lados, bastante assustados, como se tivessem visto algo pavoroso.  Então, mesmo assim, estou entrando no prédio, passando pelas grandes colunas, que o sustentam.  Já dentro do Senado, vejo um homem caído, junto a uma grande estátua, completamente ensanguetado, cercado por um punhado de pessoas, que se mostram bastante agitadas.  Não