O Peregrino
Tal como um peregrino, perambulo no deserto, que se abre agora pra mim, às 17:26, hora crepuscular, condizente com a nossa condição de sair da matriz, buscando sempre conhecimentos em mundos diferentes, como este que estou vivenciando, sozinho e, caminhando sem parar. O dia escureceu, todavia, continuo sentindo uma temperatura agradável, percebo que isto provém do ser alado, o qual chamamos de anjo, e, como estou preparado, ele não me assustou no momento em que surgiu, aliás, nestas horas crepusculares tudo é possível acontecer e, como não sou marinheiro de primeira viagem, não me assusto mais. Confesso que o caminho me parece longo, no meio destas enormes dunas e, o anjo ao meu lado está completamente mudo, até porque a função dele é apenas me proteger, é bom lembrar que nestas horas crepusculares, os portais dimensionais estão todos abertos, tanto para as entidades boas, como as ruins. Por minha vez, preciso estar atento o tempo todo, então, percebo que o anjo não quer falar comigo, sendo assim, acho melhor deixar como estão as coisas, até porque ele paira ao meu lado, com o rosto totalmente sereno, me olhando no fundo dos olhos, passando a ideia de que está tudo bem. Este anjo é negro e tem os traços fisionômicos, oriundos da África, seus lábios são grossos e enormes, seu nariz, grande e chato, o cabelo totalmente crespo e os olhos pretos como a noite, são 18:15[ss]
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