Os Demônios



São 18:16, final do momento crepuscular, tudo em silêncio na casa e na rua, e assim, um manto azul cobre a minha mente, vazia num espaço sem fim, pois tudo parece buscar no silêncio profundo uma resposta pra vida, que a todo momento nos assalta de forma brusca e precisa, como se quisesse nos atormentar com os demônios cotidianos, que formam uma falange indestrutível, num crescimento vertiginoso de soldados do mal, se é que podemos dizer assim. Deste modo, do outro lado, uma legião de anjos surge para combater veementemente este exército malígno, que tenta tirar a minha paz, que a cada dia que passa vem perdendo a sua força, forjando assim uma enorme lacuna existencial, e, como se não bastasse, brota na minha frente, num passe de mágica, seres que nunca vi, uns medonhos, outros graciosos, tentando se aproximarem de mim, que acuado e totalmente indeciso, opta pra fechar os olhos, pra não ver o que vai acontecer. Num silêncio absoluto, de olhos fechados, minha alma continua vendo cada vez mais indivíduos de todas as espécies inimaginárias, minha vida toda não daria para descrever a anatomia de cada um, confesso que me senti um zero à esquerda, ou seja, uma sensação de que não sou nada, realmente, é uma loucura o universo espiritual, e a gente se acha um privilegiado, pois é, na verdade nós não somos nada, simplesmente nada! [ss]


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