O Homem

O Homem

Está tudo muito escuro, não vejo a um palmo do nariz, ouço um barulho aumentando paulatinamente, parece-me muita gente aglomerada, continuo sem ver nada, o barulho aumenta, e, começo a ver vultos se movendo, cada vez mais nítidos, agora, dá pra distinguir, é muita gente em torno de uma pessoa carregando algo muito pesado, ainda não dá para conceituá-la, homens com as lanças em riste ameaçam-no, parecem-me soldados, sim, soldados com uma indumentária que já vi no cinema, mas não sei ainda identificá-la, espere, estou me lembrando, agora sim, são soldados romanos, estou em plena Galileia e, o Homem, com uma coroa de espinho na cabeça, começa a ser despido, ficando totalmente nu, e, o que ele carrega é uma cruz, que agora está estirada no chão, o sofrimento deste homem condenado é muito grande, comove as pessoas, que começam a chorar, e, enquanto isso, o infeliz é pregado no madeiro, e deste jeito, colocam a cruz em pé, o baque dela caindo no buraco, triplica as dores nos músculos sustentados pelos pregos, rasgando a sua carne, enfim, é realmente um sofrimento sem par, sem dizer uma palavra, a vítima suporta tudo, e a turba começa a gritar cada vez mais alto, criando um tumulto sem par, por sua vez, o sacrificado brada aos céus, Pai perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem!, dando assim, o último suspiro. O brado do Homem é de uma língua estranha, incrivelmente, eu a entendi, porque acima da cabeça dele está escrito em Latim, Iesus Nazarenus Rex Iudeorum, Jesus de Nazaré Rei dos Judeus. São 18:30, está findando o momento crepuscular. [ss]

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