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Mostrando postagens de abril, 2024

Conceição

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18:03, estou na escada que vai até à entrada da igreja, ou seja, uma porta antiga de madeira, bem grande, e, é hora da Santa Missa, o  altar já está pronto pra celebração, e os fiéis estão sentados nos bancos, esperando o culto começar, sendo assjm, vejo o coroinha segurando o missal, e logo atrás, o padre de mãos postas, num estado contrito, subindo a escadinha do altar, e assim, o padre, 'Introibo ad altare Dei'. 'Ad Deum qui letificat juventute mea', responde o ajudante, pois é, estou dentro do templo, e ninguém me notou, na verdade, estou completamente invisível, vivendo um momento, que só me acontece no crepúsculo, é uma sensação que não consigo explicar, e, desta maneira, estou andando no corredor do meio, vendo as pessoas nos bancos, muitos de terço nas mãos, rezando com grande fervor.  Pois é, já ia me esquecendo, como tenho algum conhecimento de latim, porque estudei em seminário, portanto, a tradução da frase, proferida pelo Sacerdote é, subirei ao altar de De

Mar de Morros

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São 17:46, o portal está se abrindo, estou vendo uma paisagem muito familiar, ou seja, um mar de morros e, bem no horizonte,  enormes  serras , bem como, um céu azul coalhado de nuvens brancas, e, quanto a mim, estou andando numa estrada de chão, que parece não ter fim, o Sol está forte, me obrigando a parar pra me proteger na sombra das árvores que a margeiam, salpicando pelo meu caminho afora. Então, mesmo com tudo isto, estou me sentindo muito bem, tem hora que eu me pego levitando, porque a força gravitacional não me afeta, até porque meu corpo fica invisível quando faço estas viagens durante o crepúsculo, e, o interessante. é que nada, fisicamente, me atinge, tanto assim que, agora a pouco, um carro passou por dentro de mim, pois é, não é a primeira vez que isto me acontece, quando me pego nestas viagens crespuculares, onde escuto, vejo e sinto o cheiro de tudo, e, além do mais, não tenho tato e nenhuma necessidade biológica.  Enfim, como eu disse acima, o lugar onde estou me é ba

Amenófis IV [02]

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17:48, é muita gente que está ao meu redor, o silêncio é sepulcral, rapidinho isto aqui lotou de pessoas, o faraó começou a falar, parece-me que ele disse o seu nome, Amenófis, e a multidão agora está gritando em sua direção, Aquenáton, Aquenáton, Aquenáton!, certamente, não tenho a menor dúvida, trata-se do Faraó que implantou um Deus Único, ou seja, o Sol no Egito, neste nomento o dia está no crepúsculo, porque o Rei Astro está se pondo, é um instante sublime, vendo o Faraó apontando pro sol e o povo gritando inúmeras vezes,  Aquenáton,  Aquenáton,  Aquenáton,  Aquenáton!, e assim, o pátio está se esvaziando, cada um correndo atrás dos seus afazeres, porque a noite está chegando, olho para a imensa janela e não vejo mais a figura do governante, e, como num passe de mágica, tudo está se transformando numa quietude assustadora, pois é, pelos meus conhecimentos de História, pois sou formado nesta matéria, não é nada mais e nem nada menos que o famoso Faraó que aboliu os deuses milenário

Amenófis IV [01]

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18:10, na minha frente descortina um oásis, mais adiante um rio com margens totalmente cobertas de plantas e árvores, mais no fundo, enormes edificações avermelhadas mostram a presença de uma grande cidade bem antiga, e, pelos meus conhecimentos geográficos, me encontro em pleno Egito do tempo dos faraós, deste modo, continuo caminhando sempre em direção ao panorama que estou vendo, a areia está muito quente, minhas sandálias me protegem pouco, todavia, estou me aproximando da vegetação, sentindo uma brisa bem confortante, já debaixo de uma enorme árvore, sigo o meu caminho, e começo a ver homens, mulheres e crianças passando por mim sem me notar, sinto-me totalmente invisível, mas não me preocupo, porque sei que estou no crepúsculo, e esta hora do dia tudo é possível, tem que está preparado, pois é, agora, vejo uma embarcação, entro nela, o barqueiro não nota a minha presença, pretendo ir pra outra margem, onde se encontra a  cidade, que mais parece uma capital devido ao seu tamanho,

A Solidão

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17:30, a solidão é a mestra do saber, deixa-nos à vontade para pensar, principalmente quando estamos no horário do crepúsculo, momento este em que todas as portas do invisível se abrem, soltando seres imaginários e inimaginários, e, cujas presenças sinto agora rodeando o meu corpo, tentando me dizer alguma coisa, ora boa, ora ruim, são inúmeras mulheres entrando pelos meus ouvidos anímicos, cada uma me suplicando alguma coisa para amenizar a dor de ter deixado filhos no mundo, devido à sua morte terrena, e, tanto assim, que  uma mãe, surge na minha frente, pedindo pra que eu cuide dos seus filhinhos, que deixou devido à sua morte prematura, vejo também, outras mães com o mesmo problema, o que torna tudo realmente muito triste, e, além da solidão, que invade a minha alma de forma violenta, porque quanto mais elas suplicam, mais eu me sinto solitário, incapaz de qualquer reação a favor, embora dentro de mim, uma paz inabalável, toma conta de tudo à minha volta. Agora são 18:25, é hora de

O Angelus

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18:02, hora do Angelus, hora em que tudo parece parar, hora em que todos os portais dimensionais se abrem, hora do encontro morno do dia com a noite, hora em que a Lua conforta a alma numa esperança por coisas boas sem par, hora em que todos os seres vivos se encontram em paz, hora em que o mal também atua cerceado pelo bem, hora de buscar nas asas dos anjos toda a proteção possível, hora de parar, pensar e agir de maneira coerente com os bons sentimentos, hora de perdoar até os inimigos dando-lhes condições de se arrependerem do mal cometido, hora de buscar o caminho certo para chegar como um peregrino em busca da porta da felicidade, hora de aproveitar o momento para fazer um exame de conscência e tornar-se uma pessoa melhor, hora onde tudo é possível, enfim, hora de dizer Amém.  Anibal, 16.04.2024

O Guardião

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  O deserto parece não ter fim, a tarde está tranquila, são 16:54, hora crepuscular, e, eu já não estou mais acompanhado pelo anjo, parece-me que sua função de me proteger tinha terminado, confesso que senti a falta dele, mas mesmo assim estou indo em frente.  No momento estou sentindo sinais de todos os lados, vou me manter calmo, e prestar mais a atenção no que está acontecendo ao meu redor, espere!, estou vendo uns seres estranhos vindos em minha direção, não sei o que querem de mim, seja lá o que for, vou procurar me manter sereno e não demonstrar medo. Pare, desconhecido, o que está fazendo aqui neste deserto sem fim? Praticamente não sei, o portal dimensional abriu e eu passei por ele, a propósito, quem é você? Sou o Guardião do deserto, você não pode caminhar nele sem a minha autorização. Posso saber a razão de tudo isto? Não, não pode, e volte por onde veio! Sem mais, nem menos, um portal está surgindo na minha frente, e está se fechando, preciso passar por ele, nossa, consegui